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Artigos e Notícias

OS VERDADEIROS SABOTADORES

As crises mundiais são cíclicas.

Os recursos disponíveis no planeta, de todos os tipos, aumentam ou diminuem, conforme movimentos naturais e humanos, ou pela combinação de ambos.

Hoje, estamos em meio à crise sanitária global, com reflexos econômicos agudos em diversos países.

Nessa marca, a maioria das pessoas já joga a toalha, pois baseia suas alternativas na avalanche de desgraças do cenário externo.

Empresários sucumbem, empreendedores desistem, profissionais de todas as áreas perdem o sono.

Em paralelo, empreendimentos novos afloram com sucesso, negócios existentes expandem nacional e internacionalmente, gestores ampliam equipes, vendedores multiplicam lucros, profissionais diversificam áreas e formas de atuação.

Mudam os motivos da crise, mas o desenrolar das consequências se repete. Sempre.

Utilizar a pandemia de coronavírus como justificativa de todos os problemas do momento é subestimar a capacidade humana de sobrevivência.

Então, esqueça a pandemia por um minuto, e vamos ao que interessa:

Quais os verdadeiros motivos pelos quais o seu negócio está mal?

Partimos do pressuposto que você tenha metas claras estabelecidas.

(Se não as tiver, volte uma casa, pois seus problemas são ainda maiores. Poderemos falar nisso em outra ocasião.)

Tomaremos uma meta como exemplo:

Aumentar a lucratividade do serviço “X” em 10% (sobre o ano anterior) até novembro de 2021.

Agora, pergunte-se o seguinte:

  1. O que eu ganho se atingir essa meta?
  2. O que eu perco se atingir essa meta?
  3. O que eu ganho se não atingir essa meta?
  4. O que eu perco se não atingir essa meta?

 

Quem nunca fez esse exercício, pode achar algumas perguntas aparentemente sem sentido.

 

Contudo, são todas obrigatórias quando se analisa o impacto da inteligência emocional na gestão de negócios.

 

Usaremos exemplos:

(Há centenas de respostas e variáveis possíveis, dependendo da pessoa e do negócio):

 

  1. O que eu ganho se atingir essa meta?

– mais dinheiro no final do ano para investir ou distribuir; crescimento do negócio;

sucesso; etc

 

  1. O que eu perco se atingir essa meta?

– terei que trabalhar mais e conviver menos com a família; dormirei menos e ficarei cansado; terei menos horas para lazer; terei que abrir mão de outros serviços/produtos da empresa e deixarei de ser líder de mercado; etc

 

  1. O que eu ganho se não atingir essa meta?

– fico na zona de conforto; não gero estresse; não vivo na pressão; não preciso quebrar a cabeça com novas ações de gestão; etc

 

  1. O que eu perco se não atingir essa meta?

– deixo de ganhar dinheiro; minha empresa não cresce; meu concorrente ganha meu mercado; não atinjo padrão que almejo; etc.

Vale observar o que há por trás de cada pergunta, em termos psicológicos:

O ganho de atingir a meta é claro e refere-se ao o prazer obtido após o ponto de chegada. O ganho direto.

A perda existente no atingimento da meta, por sua vez, pode ser tão real para o cérebro quanto o prazer, pois representa, muitas vezes, abrir mão de determinados valores e questões de importância pessoal.

A perda por não atingir a meta é a que podemos enxergar mais facilmente, pois causam a dor direta de não possuir o alvo proposto.

Por outro lado, o ganho por não atingir a meta é, provavelmente, o mais complexo de analisar e o mais importante de identificar, pois é o real sabotador.

Simplisticamente falando, nosso cérebro opera no sentido de preservar energia e manter o conforto no qual ele “entende” que estamos inseridos.

Assim, a meta positiva, por si só, não é tão fácil de atingir.

É preciso desvendar as motivações inconscientes e encontrar as chaves específicas para cada objetivo traçado.

Então, pense comigo: que perguntas você não está se fazendo?

 

por Luciana Farias