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Artigos e Notícias

VOCÊ AINDA PENSA QUE A EMPRESA NÃO É DIRETAMENTE AFETADA PELAS DINÂMICAS DE SUA VIDA PESSOAL?

Em primeiro lugar, precisamos aceitar que a distinção entre vida pessoal e profissional é uma ficção. Uma convenção disseminada e acentuada na era industrial para que a ilusão da produtividade mecânica (e pretensamente infalível) pudesse ser tida como parâmetro de qualidade e, portanto, almejada por todos intencionados ao sucesso.

Atualmente, temos conhecimento suficiente, não apenas para compreender, mas para aprimorar nosso desempenho de forma inteligente, pois sabemos que as esferas profissional e pessoal se sobrepõem, interagem entre si e com o mundo, e confundem-se em profundidades antes não analisadas.

Ao trabalharmos com consultoria empresarial, focando na resolução de conflitos e na solução de problemas estruturais do negócio, é corriqueiro verificarmos situações como estas:

  • Empresa familiar que não gera lucro aos sócios, mas apenas sobrevive tentando “pagar as contas” do mês;
  • Empresa onde os papéis e funções das pessoas (sócios e colaboradores) não estão claros e definidos, permitindo que todos façam um pouco de tudo;
  • Gestores que não enxergam as pessoas, mas apenas os cargos que ocupam, e se frustram com ausência de resultados;
  • Gestores e colaboradores repetindo padrões de suas relações familiares ou até mesmo de pessoas que já deixaram a organização;
  • Líderes com pensamento linear e cartesiano, com ausência de visão sistêmica;
  • Gestão anacrônica: utilização de paradigmas antigos em contexto novo, gerando engrenagens sistêmicas ineficazes.
  • Desinteresse dos líderes em desenvolvimento pessoal além do básico, por medo do desconforto psicológico e emocional;
  • Resultados ruins justificados por razões externas e ausência de autocrítica dos gestores.

 

O aspecto comum da lista acima é que todos os cenários retratados são geradores de conflitos e dores de toda ordem.

De modo geral, nossa sociedade, hoje, considera “normal” viver e conviver em ambiente de confronto. As pessoas, em modo automático de pensar e agir, replicam padrões psicológicos e comportamentais, sendo reativas e pouco reflexivas.

 

Como o rato que corre na roda do laboratório, as estruturas empresariais pouco atentas à visão sistêmica, movem-se em meio à gigantesca produção diária de mais do mesmo.

Nesse cenário, cresce a busca por soluções abrangentes e eficazes. O que antes era qualificado como alternativo ou não convencional, já faz parte da rotina de quem ampliou sua visão da vida e do mundo para entender a empresa como organismo vivo de geração de valor material e imaterial para à sociedade.

 

Uma das ferramentas utilizadas para acessar as dinâmicas subliminares das relações pessoais e empresariais é a trazida pelas constelações sistêmicas (familiares ou organizacionais).

As dinâmicas ocultas, as origens dos conflitos e as questões existentes por trás das questões postas na mesa emergem por meio da abordagem fenomenológica das constelações.

A abordagem sistêmica, por outro lado, não necessita obrigatoriamente a realização de uma constelação propriamente dita com a empresa, com todos os membros ou com todos os conflitos existentes, mas pode se usada como base referencial de análise por quem se propõe a auxiliar.

Importa ressaltar que as três leis sistêmicas “descobertas” por Bert Hellinger são leis naturais observadas em todos os sistemas humanos e que tal entendimento amplia substancialmente as hipóteses de solução dos problemas apresentados.

 

A ordem (de chegada no sistema), o pertencimento (e a não exclusão) e o equilíbrio (dos dar e receber) são diretamente afetados quando os papéis dos membros do sistema estão equivocados e isso gera mal funcionamento contínuo do todo.

As compensações sistêmicas produzem diversos problemas que, na maior parte das vezes, não são vistos desta forma.

Métodos tradicionais que não acessam as dinâmicas inconscientes das relações interpessoais nas organizações estão fadados ao fracasso ou, no melhor cenário, a respostas superficiais e temporárias.

A consultoria empresarial contemporânea, portanto, não se rege apenas por ferramentas da era industrial e não utiliza somente o que a técnica jurídica disponibiliza.

É preciso entender e adequar o posicionamento do indivíduo (consciente e inconsciente) em seu sistema familiar e, também, no sistema empresarial, a fim de que os emaranhados possam ser permanentemente desfeitos.

 

Neste jogo, as posições definem o resultado.

 

por Luciana Farias